quarta-feira, 6 de junho de 2012

Retornar das cinzas - de novo, e de novo...

Não, caríssimos, vocês não leram errado. Depois de sete meses de ostracismo que pareciam que não iam acabar mais, o Carcará finalmente conseguiu descolar um local adequado para exibir filmes, já que a sala de video-conferências da BBT - nossa última experiência de exibição - não tem a menor estrutura para que se deixe fruir um bom exemplar da Sétima Arte.

Mas deixemos isso para trás. Não foi a primeira e não será a última vez que o Carcará terá suas atividades interrompidas, seja por qual for o motivo - aliás, a história do Cineclube é marcada por algumas paralisações devido a diversos fatores, externos e internos. Agora, o que importa é que vocês terão a oportunidade de assistir aos filmes novamente - e o melhor: o processo de curadoria continua tão apurado quanto antes.

Ainda que não seja nosso bom e velho cinema do porão do Centro de Vivência, o Auditório da Biblioteca Central (BBT) é bem estruturado para o que queremos - e o que queremos é muito simples: voltar às atividades cotidianas. Também é claro que não manteremos o ritmo alucinante de quase um filme por dia, o que nos causava alguns transtornos acadêmicos, mas era (e continuará a ser, pois o cinema, um dia, vai voltar) absolutamente gratificante. As exibições serão mais pontuais, e a própria organização de mostras será rediscutida para caso dê certo exibir os filmes temporariamente na BBT.

Portanto, anotem: 16 de junho (sábado), às 14h, no Auditório da BBT.

E finalmente, depois dessa introdução sobre esses novos-esperamos-curtos tempos, vamos ao que interessa:


Uma volta sempre precisa ser marcante, tanto quanto uma estreia. É preciso deixar claro ao público que ao voltar pretende-se permanecer - é necessário garantir que agora é pra valer, mesmo sabendo que a imprevisibilidade do futuro pode nos causar muitos problemas.

Para voltar, então, nós escolhemos dois filmes extraordinários.

O Artista venceu cinco Oscars em 2012, todos nas categorias mais cobiçadas: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Ator e Atriz.


O filme é uma homenagem ao próprio cinema, principalmente à época de ouro hollywoodiana do cinema mudo (ou silencioso, como tem sido chamado), e usa da metalinguagem do início ao fim. Ao final, revela-se uma produção tocante, pelo tema em si, e ousada, já que Michel Hazanavicius fez uma aposta que a princípio pode parecer uma insanidade - afinal, não foram poucos os comentários de pessoas que jamais veriam, em pleno 2012, século XXI, terceiro milênio, um filme preto-e-branco e, ainda por cima, mudo (para mais detalhes, leia a crítica de Pablo Villaça, do Cinema em Cena)

Paris, Texas, é uma produção do cultuado cineasta alemão Wim Wenders. Venceu um dos prêmios mais cobiçados do universo do cinema, a Palma de Ouro em Cannes, no ano de 1984. Só isso já bastaria para o filme ser considerado um clássico, levando-se em consideração o alto nível das produções que costumam aparecer no festival francês.


O filme engloba uma bela história do enredo dos roteiristas Kit Carson e e Sam Shepard e a direção magistral de Wenders, retratando em belíssimos planos o deserto texano contrapondo-se ao desenvolvimento acelerado de Houston - tudo em sintonia com o drama familiar que se passa na telona (não perca a crítica de Luiz Carlos Oliveira Jr., da Contracampo)

Bom divertimento a todos, e que o Carcará possa voar cada vez mais alto!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários