sábado, 21 de maio de 2011

Celebridade

Hoje eu vi de verdade o primeiro filme do woody allen que tive notícia: Celebridade. Confesso que na primeira vez não fazia ideia de quem era woody allen e achei um absurdo o filme não ser colorido. No auge dos meus dez anos o que importava mesmo era o Leonardo Di Caprio. 
Curiosamente, hoje eu comecei a selecionar os filmes para a mostra fã-cine de junho e adivinha só quem foi o diretor escolhido? Woody Allen!
Talvez Celebridade tenha sido um de seus projetos mais ousados, uma vez que apostar em um filme preto e branco na era dos efeitos especiais de filmes como titanic é quase suicídio comercial. Eu tenho a impressão de que Allen não faz filmes para a audiência, mas para satisfazer seu ego. Talvez por isso a maioria esmagadora de seus protagonistas seja na verdade seu alter-ego.
Todas as facetas da fama reunidas em 113 minutos. O anonimato, a busca pela fama, os ataques de estrelismo, a falta de profissionalismo, as festas, a fugacidade dos relacionamentos amorosos, o set de filmagem, a estreia, o tormento de escrever um livro já pensando em como ele vai virar um filme. E provavelmente mais, o filme tinha tantos personagens e detalhes que a chance de perder alguns na primeira assistida é enorme.
A trilha sonora é charmosíssima. Puro jazz, como sempre. E é difícil encontrar uma atuação ruim, mas Kenneth Branagh como Lee Simon, que é obviamente o alter-ego de Allen presente em todos os filmes, esteve impecável. Não consigo pensar em ninguém melhor para fazer um escritor frustrado e inseguro, metido a galanteador em plena ser da meia-idade.  É o personagem menos pessimista e irônico do Allen (e claramente interpretando ele) que já vi. Confesso, prefiro que outros interpretem o papel do woody. Gosto mais dele quando se limita ao roteiro e à direção. Charlize Theron fazendo a modelo desinibida e Winona Ryder no papel da paranóica Nola também roubam a cena quando aparecem, mesmo que só por uns minutinhos.
Escolher as melhores cenas é quase impossível, mas provavelmente a seqüência de Robin (judy Davis) pedindo aulas de sexo para uma prostituta e quando Lee encontra Brandon (Leonardo DiCaprio) drogado em um hotel e termina na cama com ele e mais duas mulheres são divertidíssimas.
Decidi  não incluir Celebridade na mostra. O filme é divertido, leve e utiliza uma sucessão de clichês paracaracterizar e criticar as celebridades. Mas é realmente difícil selecionar quatro filmes de um diretor que já produziu quarenta e nove.

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