segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Um período não tão bom...

É com muito pesar que o Cineclube Carcará encerra suas atividades no ano de 2011. Um ano que começou promissor, com a realização de dois eventos que atraíram um número expressivo de pessoas para o Cine Carcará - a exibição do filme Cortina de Fumaça, que contou com a presença do diretor Rodrigo Mac Niven e da produtora Paula Xexéo e a realização do I Fórum de Cultura Digital de Viçosa, com debates de professores da Universidade Federal de Viçosa - terminou melancolicamente, de forma oficial, no último sábado, dia 26 de novembro, com uma sessão que não teve ninguém para prestigiar o clássico Otto e Mezzo, de Federico Fellini, um dos maiores cineastas de todos os tempos.

Desde o incêndio que causou transtorno para muita gente que vivia no porão ocorrido no dia 2 de julho o Carcará exibiu os filmes numa sala totalmente inadequada para qualquer tipo de evento audiovisual, a despeito do seu nome auto-explicativo: Sala de Videoconferência, na Biblioteca Central da UFV (BBT). Essa postagem é um apelo a todos os que deveriam zelar pela Cultura nesta Universidade, mas que se esqueceram de dar apoio a um dos mais antigos grupos de cultura que existe na UFV, fundado em 1969, quando toda uma geração estava preocupada em mudar os rumos do mundo, e no Brasil as universidades eram pólos de resistência aos desmandos da Ditadura Militar, fruto do golpe deflagrado em 1964.

A situação da sala em que o Cineclube Carcará continuou suas atividades é, no mínimo, precária, não por ser suja, ter infiltrações, cadeiras ruins, nada disso. É precária porque não é possível conceber uma Sala de Videoconferência sem o equipamento adequado para realizar as videoconferências: um projetor, um computador, uma tela... A sala da BBT não possui nada disso. Poderiam ter dado qualquer nome a ela, Sala de Qualquer Coisa, Sala das Cadeiras, Sala das Cortinas Destruídas (sim, pois as cortinas, que são o único meio de anular a luz externa - que, como todos deveriam saber, costuma atrapalhar a plateia que assiste a uma videoconferência ou um filme - estão caindo pela parede), mas preferiram dar um nome bonitinho que causa uma boa impressão, mas sem nenhum recurso audiovisual para realizar a função primordial da sala: exibir vídeos.

É, portanto, com muito pesar, como já foi enfatizado no começo dessa postagem, que o Cineclube Carcará encerra o ano de 2011. É, além de tudo, lastimável que nenhum dos órgãos competentes que deveriam zelar pelo local, já que o cinema pertence à Universidade Federal de Viçosa, se pronunciou sobre o que seria feito para que todos pudessem desfrutar do cinema novamente - nem a Divisão de Assuntos Culturais, nem a Pró-reitoria de Extensão e Cultura. Por fim, é uma lástima que uma Universidade como essa não dedique tempo e esforço o bastante para solucionar problemas como os que ocorreram em consequência do incêndio no porão do Centro de Vivência, deixando estudantes sem explicações, como se nem mesmo existisse tal fato, e, também, sem opções culturais.

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