sábado, 20 de setembro de 2008

Rapsódias de Akira Kurosawa

por Inês Amorim
O grande responsável por apresentar ao Ocidente que o Japão não só faz cinema, mas faz cinema de qualidade, foi o diretor nipônico Akira Kurosawa. Seus filmes mostraram para o lado oeste de Greenwich a grandeza da cultura japonesa e influenciaram grande geração de cineastas do mundo todo.
Akira nasceu em Tóquio, dia 23 de março de 1910. Foi o caçula dentre oito irmãos e sofreu grande influência da cultura ocidental, que era muito valorizada pelo seu pai. Apaixonado pelas artes, inicialmente tentou ser pintor e após terminar o curso no Ginásio Keika, ingressou no Centro de Pesquisas de Arte Proletária, aos 18 anos. Por falta de dinheiro, sua carreira de pintor não foi muito longe, mas sua habilidade o acompanhou por toda sua carreira no cinema, sobretudo em seus storyboards, telas pintadas por ele. Além da pintura, também era apaixonado por literatura, a fonte de inspiração de boa parte de seus filmes.
Sua entrada no cinema foi, em grade parte, influência de seu irmão Heigo Kurosawa, que era Benshi, uma espécie de narrador de filmes mudos. Com o advento dos filmes falados, Heigo perdeu seu emprego e se suicidou após uma grave crise depressiva. Esse fato abalou Akira, que demorou a aceitar a tragédia. Mais tarde, quando gradativamente conseguiu se recuperar, entrou de vez no mundo do cinema, tendo seu pontapé inicial em 1936, ao passar num teste para assistente de direção que leu num anúncio de jornal. Ao longo de sua carreira dirigiu 32 filmes.
Seu primeiro filme como diretor foi Sugata Sanshiro, de 1943. Foi o pioneiro no gênero samurai no cinema, realizando filmes de enorme destaque no gênero como Os Sete Samurais (1954) e Yojimbo (1961). Também fez releitura de livros para as telas como o premiado Ran (1985) baseado no Rei Lear de William Shakespeare. Outro escritor bastante presente na obra de Akira é Fiódor Dostoiévski .
Vencedor de muitos dos principais prêmios do cinema internacional como o Oscar , BAFTA e Palma de Ouro. Muitos de seus filmes foram refilmados na Europa e nos EUA. Seu último filme, Depois da Chuva (Ame Agaru), foi finalizado após sua morte em 1998, por Takashi Koizumi , um dos seus principais discípulos.
Sensibilidade e uma análise criativa do ser humano podem ser vistos na obra de Akira Korosawa e o Cineclube Carcará teve a honra de homenagear esse grande nome da arte cinematográfico no mês de setembro, juntamente com as comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários